O primeiro trimestre deste ano assistiu a um crescimento de 11,5% no número de empresas insolventes em Portugal, comparativamente ao mesmo período do ano passado, conforme análise da COSEC - Companhia de Seguro de Créditos.
O maior número de insolvências foi observado no segmento das micro e pequenas empresas, que apresentam uma faturação inferior a 500 mil euros. Relativamente à longevidade das empresas, aquelas com uma década ou mais de existência registaram o maior número de casos de insolvência.
Geograficamente, o distrito do Porto destacou-se com o maior número de insolvências, registando um crescimento de 15% em relação ao período homólogo. Em contrapartida, o distrito de Lisboa registou uma descida de 6% face ao primeiro trimestre do ano anterior.
Nos primeiros três meses do ano, o sector de serviços foi o mais afetado por insolvências, seguido do sector da construção e do retalho.
Estes dados surgem num momento em que a economia portuguesa está a acelerar, com estimativas a apontar para um crescimento acima da média do euro. Outro facto a considerar é a inflação, que se manteve elevada no primeiro trimestre do ano, exercendo pressão sobre as margens das empresas. Apesar de indícios de uma diminuição, as projeções sugerem que a inflação continuará acima do objetivo de 2% estabelecido pelo Banco Central Europeu. Neste contexto macroeconómico, muitas empresas podem ter dificuldade em enfrentar o aumento dos custos.
Os processos de revitalização apresentaram uma diminuição de 16% até março, comparativamente ao mesmo período do ano anterior.
"Para 2023, as nossas previsões indicam que as insolvências em Portugal deverão crescer 19%. No caso da Zona Euro, as expectativas da Allianz Trade, nossa acionista, apontam para um aumento de 23%. Agora que a pandemia de Covid-19 terminou oficialmente, os apoios governamentais às empresas em toda a Zona Euro já terminaram, ou estão a terminar, o que terá impacto na solvabilidade das empresas", afirma Vassili Christidis, CEO da COSEC.